Santana Lopes mandou suspender a demolição da casa onde viveu Almeida Garrett, obra iniciada na semana passada, na Rua Saraiva de Carvalho em Lisboa.
Santana Lopes consegue de uma assentada uma série de vários e importantes objectivos.
- Afirma a sua legitimidade num poder que diz ter, mas no qual ninguém acredita, após o seu regresso à CML.
- Dá um novo colorido ao tal programa cinzento da "Lisboa em Festa" com um evento surpresa em fim... de festa.
- Como os putos, vinga-se em Marques Mendes por não ter sido o escolhido, por não aparecer em nenhuma fotografia nas centenas de cartazes de pré campanha espalhados pela cidade.
- Ofusca Carmona, que sai desta como um bulldozer chamuscado.
- "Last but not the least", tenta com este golpe fazer deslocar para a esquerda o mérito de um gesto bonito, um gesto que “cai bem” às candidaturas de Carrilho e Sá Fernandes, um gesto carregado de bonomia cultural.
(Que pena este rapaz estar a ser tão mal aproveitado)
Conforme facilmente se compreende, a vida deste blog auto extingue-se no próximo Outubro. Previsivelmente faltam menos de quatro meses para essa data. Não por acaso, mas porque é essa a data em que Santana sai de BOOTS, esse é o mês em que aqui celebraremos as festas de Lisboa. Assim será, bem ao contrário da sonsice em que caíram os festejos tradicionais da cidade, agora chamados Lisboa em Festa... dahhhhh.
Embora não tendo caixa de comentários ou simples e-mail para contactos, achamos que é este o momento para aqui fazer uma pequena nota de agradecimento a todos os que de algum modo foram a fonte, a inspiração, a dica para os textos deste blog.
Bem-hajam
- Pedro Santana Lopes
- Nelson de Matos
- Machado de Assis
- Adufe
- Animo
- Barnabe
- Bomba
- Gloria
- Jornal Público
- DN
- Correio da Manha
- TSF
Era o 22 de Julho de 2003, dávamos os primeiros passos na blogosfera.
Também por isso, Pedro, hoje para ti, resta um poema.
— O que é eterno, Iaiá Lindinha?
Ela suspirando:
— Ingrato! É o amor que te tenho.
Machado de Assis, «Eterno!», Páginas Recolhidas (1899)- hoje mesmo aqui encontrado.
PS - Tende porém mais cuidado com o que comeis. Segundo soubemos neste pasquim andais a descurar um pouco vosso corpinho.
Como fará Pedro, hoje, quando chegar à Praça do Município? Escolherá o Carrossel ou os Carrinhos de Choque? Dividir-se-á entre a casa Assombrada e o Poço da Morte? Quiçá a Montanha Russa, a Barraca dos Tirinhos?
Tentará evitá-los a todos, fugir à manif. de feirantes da Feira Popular e disfarçadamente entrar no edifício. Depois, da janela do Salão Nobre, qual Zeus, espreitará a ver o clima na Praça abaixo de si. Confundir-se-á então o cheiro das sardinhas, do algodão doce, das farturas com cheiro a esturro desta gestão de merda, desta birra do caso Parque Mayer que no futuro só poderá ver o seu nome mudado para... "PARCO" MAYER.
- in jornal o Público de hoje, sem link possível
"Há dez anos entrei no Chiado e o Chiado entrou em mim. Era uma zona agradável para morar, um pouco deserta até; aos domingos fazia lembrar uma aldeia no meio da cidade, sem carros e sem pessoas, exceptuando os turistas...
Depois veio o Santana. Confesso que inicialmente tive esperanças. A 29 de Agosto de 2002 veio ao Chiado, com o então primeiro-ministro Barroso e a então ministra das Finanças Leite, dizer que o Chiado era uma prioridade. Prioridade é o que se faz primeiro. Muito se falou em trazer pessoas para o Chiado e percebo agora que fui ingénuo na interpretação: eu julguei que queriam habitar a zona, mas, afinal, e pelo que se vê, o objectivo era comercializá-la. Comércio, escritórios e hotéis. O Chiado dá um bom cenário.
As esperanças desapareceram num instante e hoje, no final do mandato, vejo que fui vigarizado. O Chiado ficou insuportável. Como nada se fez, plantaram-se canteiros que se metamorfosearam em lixeiras, publicidade e concertos à porta dos moradores. Policiamento nulo. Logo em Agosto de 2002, o meu carro foi assaltado duas vezes, coisa que nunca tinha acontecido até então, por causa da ideia estúpida do Chiado sem carros.
Aliás, à falta de obras correspondeu um maná de medidas estúpidas: Chiado sem carros (e sem pessoas, cheio de assaltos porque os polícias ficavam estoicamente plantados nas ruas a fazer de semáforos humanos), música pimba em altifalantes para mimetizar o ambiente de um centro comercial, ginástica pela manhã com música de dança aos berros a partir das 9h (só a ideia "venha fazer ginástica para o Chiado" diz tudo) e concertos, muitos concertos. Apesar de a lei o proibir, para a edilidade os concertos são óptimos. Não gasta um tostão e os Blasted Mechanism tocam - à minha porta - até às três da manhã.
Sobre isto tudo pairava o "Bairro Alto Astral", que apenas consistiu em cortar a entrada de carros no Bairro Alto. Claro que a pergunta era óbvia: onde é que iriam estacionar os carros? No Chiado, claro, que a partir das três da manhã se tornava o fim de festa com tudo o que isso implica: bebedeiras, gritos, assaltos, canções, urinol, sala de "chuto". Até um jogo de futebol com música se organizou na minha rua. Tive de trepar capots de carros para entrar em casa, ouvir o interminável "vai, vai, vai" dos arrumadores, escorraçar transeuntes que urinavam à minha porta, defender-me fisicamente - e à minha casa - de assaltantes, mudar os meus filhos de quarto por causa do barulho...
Por isso desisti. Vim morar para o Marquês de Pombal, para o pé das prostitutas e travestis. Prefiro de longe a sua companhia do que a dos incapazes do gabinete do Chiado (que nunca deverão ter feito um balanço entre o ordenados que recebem e o que produzem, porque morreriam de vergonha) e das (os) "santanetes" que têm ideias para o Chiado. Boa sorte a quem lá ficou. Até daqui a dez anos, talvez.
Gonçalo Falcão
Ex-morador na Tv. da Trindade, 18, 4º andar
Lisboa"
PSL viu recusado pelo TC o seu pedido para que se procedesse a uma "análise comparativa entre os procedimentos da autarquia face ao túnel do Marquês e os procedimentos face a obras anteriores", nomeadamente da gestão de João Soares e Jorge Sampaio. Soube-se entretanto que era desejo de PSL retroactivar este seu requerimento a tudo o que são viadutos, pontes, aquedutos, valas, caneiros e simples condutas subterrâneas de esgotos residuais edificadas em Lisboa desde a conquista da cidade aos mouros.
O tribunal constitucional retorquiu pela manifesta impossibilidade de consultar processos que remetiam (alguns) ao tempo de d'El rey D. João V pela construção do aqueduto das Águas Livres, de D. Luiz e D. Carlos pelo túnel ferroviário Campolide-Rossio e de Duarte Pacheco pela construção do viaduto Amoreiras-Monsanto e também, do não menos afamado Caneiro de Alcântara.
Tivemos ontem uma pequena demonstração do que para aí pode vir depois de Outubro. A candidatura BÁBÁ fez a sua apresentação pública. (Foto DN)
Depois do "menino guerreiro" sai-nos na rifa um BÉBÉ.
Bonito serviço.
Chegado ao mês de Junho, de novo se anunciam as Festas de Lisboa.
É pena que a data deste evento da cidade não possa ser uma festa móvel. Outubro seria o mês e coincidiria assim com a campanha das eleições autárquicas. Deste modo se celebraria a saída definitiva de PSL da área de influência do Distrito de Lisboa.
Não haveria sardinhas, é certo, ...não seria o tempo delas. Que importa!
